quarta-feira, 16 de maio de 2012

Além da Redação...

     Acho que todo mundo já ouviu alguém dizer que Jornalista trabalha 24 horas. E não é clichê não, viu?! É impossível ver algo que te chame a atenção, ali na sua frente, independentemente do seu horário de trabalho, e não se mover. Hoje, com os recursos tecnológicos, se o caso for urgente, pego um celular e registro. Quando da pra ligar pra emissora, assim eu faço. Se estou numa consulta médica, num restaurante, viajando, na academia, numa festa e alguma cena ou informação me desperta interesse logo penso que aquilo pode "virar" pauta.
     Com a proximidade que a TV estabelece entre o jornalista e o telespectador, as pessoas chegam pra gente, seja onde for, questiona uma reportagem, faz elogios, sugere temas ou simplesmente desabafam sobre algum problema. E, claro, sempre, na medida do possível, dou atenção. E vou te falar...São nesses papos informais que saem pautas excelentes. É o dinamismo e a universalidade dessa profissão que me fascina!

Dicas

     Sempre falo com quem está começando que temos que ser ótimos observadores. Temos que estar sempre atentos a tudo. Atenção ao que o entrevistado fala, à melhor imagem, ao que há de mais forte para a construção de uma reportagem.
     Nunca podemos ser jornalistas que aceitam qualquer respostas. Não temos que ter medo de um ou outro "poderoso". Interpelar sempre que necessário, claro com equilíbrio. Educação não pode ser confudido com falta de firmeza.
     Outro detalhe. Trabalhamos com informação. Temos que ler muito. Primeiro, pra gente ficar bem informado e depois pra aperfeiçoar o texto.
Uma coisa que precisa estar clara é o foco do que a gente quer na profissão. Ficar flutuando por vários meios pode impedir que a nossa identidade seja estabelecida. Foque no que você mais gosta, se esforce bastante e corra atrás. Certamente, as oportunidades vão surgir.

Curiosidades - Fora do ar!

     Sou um jovem de 28 anos, bem tranquilo. Gosto de programas familiares, de compartilhar momentos com pessoas especiais e de sair à noite. Um detalhe que quase ninguém sabe que gosto muito de música. Gosto muito de cantar. Mas como não sei, isso não vai passar do meu quarto, do meu chuveiro (risos). Tocar até já tentei mas desisti. Prefiro mesmo apreciar aqueles que têm o dom.

Rotina de um Repórter

     Normalmente, chego cedo à TV, vejo a pauta, converso rapidamente com editores, com a chefia e sigo pra rua. Lá tudo pode acontecer. A pauta pode mudar ou até mesmo cair. Por várias vezes, já me deparei com acidentes, manifestações, crimes, situações curiosas e tive que inverter tudo. Nem sempre dá tempo de avisar aos chefes. Tem coisa que exige pressa.
   Quando tudo corre dentro da normalidade, saio com a equipe, faço as entrevistas, vou pra rua complementar alguma imagem. Dentro do carro mesmo, já volto escrevendo o texto. Depois vou pra ilha de edição passar o material pro editor. Em seguida ou saio para uma nova reportagem ou sigo para uma transmissão ao vivo para fechar o dia.

Futuro

     Tenho planos de me tornar um editor-apresentador, mas, nunca deixar totalmente a reportagem, que sempre vai ser minha paixão. Ainda tenho um caminho de muito trabalho a percorrer antes disso. Quero conhecer o Brasil por meio do Jornalismo. Fazer grandes reportagens investigativas. Um outro desejo é compartilhar minhas experiências em Sala de Aula. Quero muito experimentar a academia ao me tornar um professor universitário. Vamos trabalhar bastante e torcer!

Conquistas

     A minha principal conquista é ter a minha identidade revelada nas minhas reportagens. E isso só aconteceu recentemente na TV Alterosa, desde que a emissora passou por uma reformulação editorial. Hoje posso expressão o meu jeito de ver o mundo. Nas minhas reportagens, tenho a liberdade de mostrar a minha indignação quando me deparo com casos revoltantes. Posso deixar claro o meu jeito insistente de conseguir o que quero. Sou irônico quando é necessário. Fico bravo também quando me tiram do sério e ao mesmo tempo sou uma pessoa tranquila, fácil de lidar. E, hoje, sinto que esse meu perfil está mais presente nas reportagens.
     Graças a Deus, o retorno tem sido positivo. Retorno dos chefes e do telespectador que me pára na rua pra dizer que sou "corajoso",  "insistente" e  que queria perguntar e contrapor uma colocação - principalmente dos políticos - da mesma forma que faço.
   Sem dúvida, trabalhar numa emissora como a TV Alterosa é uma realização muito importante na minha vida. Aprendo muito com profissionais experientes do jornalismo mineiro e que já trabalharam também em telejornais de rede nacional. A Alterosa, por ironia do destino, foi a primeira TV que conheci, antes mesmo do laboratório da Faculdade. Foi durante uma visita técnica no primeiro período. Hoje, estar na emissora, como profissional, é uma felicidade incrível.

O prazer de ser Jornalista - O lado positivo!

     Eu sempre digo que não escolheria outra profissão, de forma alguma. O Jornalismo me fascina. A cada dia me renovo. Temos sempre a oportunidade de aprender durante todas as reportagens. Cresço como profissional e enquanto pessoa. Estamos em contato diário com especialista de vários setores da sociedade. Atuamos na cobrança do poder público, somos vozes da comunidade na reivindicação de direitos, revelamos dramas pessoais que refletem na coletividade, prestamos serviços e ainda passamos pelo campo do entretenimento para levar descontração ao telespectador. Tudo isso me traz muita satisfação. Deixo a emissora todos os dias com o sentimento de que ajudei alguém. Quando isso não acontecer mais, vai ser preciso repensar a carreira. Espero que não seja necessário...
 

Dificuldades na Profissão

     Gosto de interpretar dificuldade como desafios. Um deles é lidar com o tempo. Na TV, tudo é muito corrido. Temos que driblar o trânsito caótico, os atrasos de entrevistados, atender ao telefonema do editor várias vezes, o chefe de reportagem, dar atenção aos telespectadores que nos abordam na rua e, em meio a tudo isso, é preciso fazer uma entrevista bacana e ainda escrever um texto claro, objetivo, criativo que precisa inovar a cada dia para prender a atenção do telespectador, sempre com muito zelo na informação.
     Outro desafio é a exposição. Estamos no vídeo todos os dias. Passamos por delegacias, prefeituras, vários lugares públicos. E, na maioria das vezes, os temas das reportagens são casos polêmicos e alguns até perigosos. Às vezes, algumas pessoas confundem o profissional com a pessoa que está ali trabalhando e gritam, brigam com a gente e até fazem ameças. Equilíbrio é a palavra para lidar com este tipo de situação.

Minhas Experiências

     O meu primeiro contato foi com o Jornalismo Impresso. Fiz estágio e fui contratado pelo Jornal Diário do Rio Doce, em Governador Valadares, no Leste do Estado, para cobrir férias. Foi nesta época que dei os primeiros passos na profissão. Aprendi apurar, lidar com as fontes, escrever texto jornalísticos. Aos poucos, ia aprendendo os termos próprios da profissão. Pude saber como um jornal é editado do início ao fim.

     Mas meu rumo foi outro: a Televisão. Do Jornal impresso fui para o estágio na TV Rio Doce. Lá descobri o que mais gosto de fazer. Pude passar pelos diversos setores. Fui produtor, editor, apresentador e, principalmente, repórter. Foi uma escola. Tive uma rápida passagem por assessoria de imprensa. No fim de 2006, me formei e fui chamado pra trabalhar na TV Leste, na época, afiliada a Rede Globo. Atuei como repórter e apresentador do MGTV e MG Rural. Fiz boas participações em jornais de rede: Globo Rural, Globo News, Jornal da Globo. Uma experiência que não vou me esquecer é uma entrada ao vivo no Jornal da Globo, em 2007. Foi sobre um julgamento de um acusado de matar uma perita do INSS. Muito bacana. Havia uma platéia nos bastidores do Fórum...
     Da Globo para TV Alterosa. Passei pela Sucursal no Interior e em 2009 fui convidado para integrar a equipe da Capital. Desde então, faço reportagens para o Jornalismo da emissora. Eventualmente, passo pela edição dos telejornais. A liberdade e a aproximação com o telespectador me permitiram adotar um perfil mais "firme" nas reportagens. Sou provocativo, não aceito meias respostas e corro atrás da informação verdadeira com muito esforço. Procuro sempre fazer um texto leve, criativo, atrativo e que seja compreendido por todos os públicos.